sábado, 15 de outubro de 2011

A chuva nossa de cada dia

Sinto cada vez mais real aquele versículo bíblico que diz que o o bem que eu quero eu não faço, e o mal que não quero, eu faço. Dormimos e acordamos sem saber o que vai nos acontecer ao nosso redor, na nossa casa,   no trabalho, na rua e, acabo de descobrir que até dentro de nós mesmos.
Acordamos bem e de repente algo pode nos roubar a alegria, a motivação, os planos, a beleza, a saúde, a fé. Reparei também que esses dias não são geralmente ensolarados, radiantes, frescos, agradáveis... Sempre tem uma chuva e umas nuvens para encobrir a única ponta de esperança que nos podia restar.
Hoje eu ouvi um relato sobre uma menina que se sentia muito só, e resolveu passear na rua para encontra-se consigo mesma. No meio do caminho (tinha várias pedras, claro) ela avistou um cachorrinho, talvez vira lata, sedento, sarnento, sofrido, sozinho. Como num repente ela se viu nele e falou (mesmo!): - É cachorrinho, vocês está igual a mim, sozinha, precisando de um carinho, sem ninguém pra conversar... E brincou com ele até que ela se foi, ouvindo um chamado típico de um cachorro choroso. 
É isso! É disso que precisamos quando não vemos uma luz, um norte, uma chave, uma porta! É de transmitir carinho. Não há solidão que resista a um desse!
Acho que, se não fôssemos importantes, Deus nos teria feito todos iguais, com o mesmo tom de pele, com o mesmo tipo de cabelo, com o mesmo brilho nos olhos. Fomos bebezinhos adoráveis, mas crescemos e vimos como as diferenças nos ensinam. Prefiro usar minhas diferenças como sinônimo de qualidades, porque posso usá-las para abençoar vidas. 
Mas não foi isso que fiz hoje. Não abençoei nenhuma vida, não estendi minhas mãos a uma pessoa carente, não transmiti carinho a um cachorrinho sozinho e nem fiquei feliz pela chuva que caiu. Esse foi o mal que fiz, e que não queria ter feito.
Acontece que, a vantagem de escrever é que a gente reflete e pensa que enquanto a chuva cai ela vai levando os males, as culpas, as dores e lavando a nossa alma. 
Cai chuva, cai bastante, porque preciso muito do sol que virá depois de você.

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